Lutou até o fim: a batalha de Preta Gil contra o câncer
A cantora Preta Gil faleceu aos 50 anos neste domingo (20), após uma longa luta contra o câncer colorretal, deixando o Brasil de luto. Diagnosticada com um adenocarcinoma na porção final do intestino em janeiro de 2023, ela enfrentou as etapas da doença de forma natural, transformando sua experiência em exemplo de coragem e conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce.
O câncer colorretal — que afeta o cólon e o reto — é um dos tipos mais comuns e perigosos, especialmente em pessoas acima de 50 anos, como ressaltou a artista durante seu tratamento. Preta passou por sessões de quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para a retirada do tumor, além de uma histerectomia total abdominal realizada em agosto de 2023.
Preta passou por quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para a retirada do tumor, além de uma histerectomia total abdominal, realizada em agosto de 2023, mas após uma fase de remissão, exames de rotina revelaram, em agosto de 2024, que a doença havia voltado, agora com metástase e novos tumores identificados em linfonodos, no peritônio (membrana presente na cavidade abdominal que envolve órgãos internos, como estômago, intestinos, fígado e baço) e no ureter (pequenos tubos musculares que transportam a urina dos rins para a bexiga). Ela precisou enfrentar uma nova rodada de quimioterapia e procedimentos delicados, como uma cirurgia que durou 21 horas, além do uso de bolsa de ileostomia e, posteriormente, bolsa de colostomia definitiva.
Mesmo enfrentando limitações físicas, Preta Gil demonstrou otimismo e transparência ao compartilhar detalhes do tratamento na internet, incentivando o autocuidado e a prevenção junto ao público. Em maio de 2025, buscando novas alternativas, ela se mudou para os Estados Unidos para iniciar terapias experimentais com medicamentos ainda em estudo, mas não resistiu às complicações da doença.
“Eu uso bolsa de ileostomia e não tenho vergonha de mostrar, pois essa bolsinha salvou minha vida e me deu a possibilidade de me restabelecer de uma cirurgia que retirou o tumor que eu tinha!” — Preta Gil, em rede social

Sua história e impacto na música brasileira
Filha do cantor Gilberto Gil, Preta construiu uma carreira que transbordou autenticidade e inovação. Lançou seu primeiro álbum solo, “Prêt-à-Porter”, em 2003, marcando presença com sucessos como “Sinais de Fogo” e polêmicas que romperam padrões conservadores. Seu repertório combinou samba, pop e axé, conquistando o público com hits como “Muito Perigoso” e colaborações célebres ao lado de Gal Costa, Pabllo Vittar, Ana Carolina e outros grandes nomes da MPB.
Preta também revolucionou o Carnaval carioca com o “Bloco da Preta”, que chegou a reunir mais de 500 mil foliões nas ruas. Fora dos palcos, ela se consolidou como ativista na promoção da diversidade, autoestima corporal e
Foi uma referência pela forma como tornou visível sua luta contra o câncer e como traduziu a dor em resiliência, informação e acolhimento. Sua travessia reforçou a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento rigoroso com a saúde, sobretudo para pessoas com fatores de risco.
A artista deixa um legado imenso de inclusão, pluralidade e defesa de causas sociais, além de um filho e uma multidão de fãs e admiradores tocados por sua história de vida.